Há algum tempo, durante um evento, uma pessoa veio me dizer que adorava fotografia. “Fotografar é fácil, é só centralizar”, disse. Sinto muito mas vou ter que destruir o mito da centralização. Um bom enquadramento exige, muitas vezes, justamente o contrário: descrentralizar!
Antigamente a centralização era uma garantia para uma boa foto em uma câmera compacta, era uma certeza de que a pessoa fotografada não teria partes do corpo cortadas.
Mas hoje em dia, com as câmeras digitais, em que se vê imediatamente o resultado da foto, é possível fazer enquadramentos mais ousados e menos monótonos.
Vejamos um exemplo de enquadramento centralizado:
– A criança está bem no meio da foto, interrompendo a paisagem.
– A criança poderia ter um destaque maior também.
Outro grande erro deste enquadramento: acima da cabeça da criança aparece uma luminária, que forma um desenho incômodo, dando a impressão de que está saindo um “chifre” da cabeça do menino. Ao fazer o enquadramento, tome cuidado com o fundo, para não formar desenhos estranhos acima da cabeça das pessoas.
Outro lembrete: ao fotografar criança e paisagem, foco na criança.
Veja neste segundo exemplo como esse enquadramento ficou melhor. Por quê?
– Por que a criança ficou à esquerda, em destaque e a paisagem não ficou interrompida.
– A criança não ficou com desenhos estranhos na cabeça.
Quando lemos uma fotografia, o nosso olho percorre a imagem da esquerda para a direita (isso para nós ocidentais). É interessante colocarmos a pessoa fotografada ou o objeto que queremos destacar à esquerda.